13 de maio de 2009

Pequenos nadas que fazem sonhar


Hoje fui almoçar à Baixa do Porto. Enquanto estava parada num semáforo, tinha um daqueles quiosques verdes, onde estava um senhor muito velhinho, com os poucos cabelos que tinha, muito brancos, a vender jornais, rebuçados, tabaco o todas as outras mil e uma coisas que se vendem em quiosques. Reparei que existem imensos destes quiosques em toda a baixa do Porto.
E reparei num pequeno detalhe que nunca me tinha apercebido. Na parte
superior há uns painéis de azulejos. Painéis estes que me eram familiares.
Olhei com atenção e de repente lembrei-me onde já os tinha visto. A minha mãe tinha azulejos destes em casa. Inicialmente estavam camuflados no meio de tanta "tralha"nas vitrinas. Uns anos depois passaram a decorar uns grandes vasos de madeira, quadrados, onde supostamente iriam haver plantas. Nunca chegaram a ter plantas. Os caixotes armazenavam jornais e revistas
de toda a espécie. É onde hoje a minha mãe põe a árvore de Natal! E são os mesmos azulejos dos quiosques.
Entrei num sonho... de olhar fixo nos azulejos, comecei a imaginar os anos 70, as calças à boca de sino, a minha mãe com o cabelo comprido, exactamente como a vi em fotografias, o meu pai, barbudo, calças coçadas, cabelo meio comprido e a deambular com estas imagens na cabeça, sobre como teriam conseguido tirar dali os azulejos. Depois olhei para o velhinho e ainda pensei que se calhar até podia ter sido o mesmo senhor, aquele velhinho, que lhos ofereceu... ou talvez não! Atendendo à quantidade de placas de ruas e coisas estranhas que lá por casa havia...
Buzinaram-me! Acordei. Já devia estar verde à algum tempo...

Na azáfama do dia a dia os pormenores passam despercebidos. Hoje não me passaram! Os pormenores fazem-me sonhar...

1 comentário:

Caty disse...

Sem palavras... Lindo post!