27 de abril de 2009

Wait MusicClub



Sou uma sobrinha desnaturada, mas mais vale tarde que nunca!!
Meninos e meninas, toca a dar um saltinho ao Wait. O clã Águedo agradece.


É um dos mais recentes bares da reanimada noite da Baixa do Porto. O Wait, ao lado do Teatro Carlos Alberto, combina um acolhedor espaço destinado à conversa com uma pista de dança onde o rock de final dos anos 70 e princípio dos anos 80 é quem mais ordena.
Esteve para se chamar Transmission, e os fãs dos Joy Division sabem do que estamos a falar. Para os menos conhecedores, é a música que começa com o verso "Radio, live transmission", uma das mais marcantes (e dançáveis) da banda britânica, que terminou o seu curto e seminal percurso em 1980, com o suicídio de Ian Curtis. O nome não era inteiramente inspirado na canção, mas também não era por acaso: o Wait quer definir-se como o bar do pós-punk da Baixa do Porto e o quarteto de Manchester (que haveria de evoluir, sem Curtis, para os New Order) é "a grande referência", confessa Rui Águedo, o proprietário.
O panfleto de promoção do espaço, que abriu portas na última semana de Dezembro de 2008, não deixa grande margem para dúvidas sobre a orientação musical: para além dos Joy Division, podem ler-se os nomes dos Dream Syndicate, dos mais recentes Editors e Bravery (duas das bandas do revivalismo pós-punk da presente década), e ainda dos nova-iorquinos Strokes (cujo som deve, na verdade, mais aos anos 60 do que outra coisa). Porém, o cardápio a apresentar pelos DJ (há três "pré-seleccionados" numa espécie de disputa pela residência aos fins-de-semana) não pretende ser dogmático, e pode ir dos Rolling Stones até música mais electrónica (Chemical Brothers, por exemplo).
A orientação musical do bar, que inclui uma pista de dança, situada na cave, deve muito ao passado de Rui Águedo, que chegou a integrar, como guitarrista, a formação dos Bramassaji, banda portuense que venceu o primeiro Festival Nacional de Nova Música Rock, em 1984, no Pavilhão Infante de Sagres, no Porto. Águedo diz que as sonoridades pós-punk eram então recebidas na cidade com estranheza e apreciadas por um pequeno grupo de "20 ou 30 pessoas". "Era o som da frente, a vanguarda", descreve. Em 2009, o ex-músico acha que há muita gente que gosta de dançar rock, o que oferece uma boa "margem de negócio". Após cerca de dois meses de obras, o proprietário estima ter gasto cerca de 60 mil euros na remodelação dos 205 metros quadrados de área.
Sala de estar requintada
Situado na Rua das Oliveiras (que começa a tornar-se num dos pontos obrigatórios da nova noite da Baixa), mesmo ao lado do Teatro Carlos Alberto, o Wait conta com "oponentes" de peso: o Pipa Velha, um dos bares mais antigos do Porto - data de 1981 - e o Pherrugem, que está aberto há pouco mais de dois anos. O que diferencia o Wait da concorrência é a pista de dança, que o coloca no mesmo campeonato de casas como a Tendinha dos Clérigos e o RendezVous.
Porém, Rui Águedo esclarece que o espaço vem colmatar uma "lacuna" em termos da oferta musical e elevar o padrão de exigência na decoração. Esse esmero é visível no piso térreo, que constitui o bar propriamente dito, e que se caracteriza pelo ambiente acolhedor, a convidar à conversa nos dias de semana. No tecto, destaca-se um candeeiro idealizado pelo artista Miguel Barbosa, munido de vários reóstatos que permitem variar a intensidade das várias lâmpadas. O papel de parede, que parece à primeira vista desbotado, não é mais do que uma escala de quatro diferentes padrões. A dimensão reduzida desta área, os tons de castanho-escuro, o chão em madeira de carvalho e a presença de um espelho reforçam a sensação de estarmos numa requintada sala de estar.
No futuro, Rui Águedo gostaria de transformar o Wait num local de vanguarda em termos de equipamentos multimédia. O custo de alguns destes "brinquedos" congelou o interesse do proprietário (actualmente a frequentar o último ano de uma licenciatura em Gestão de Sistemas de Informação e Multimédia), mas a breve prazo deve ser montada na cave uma banca de demonstração de algumas destas inovações. Por essa altura, já o Wait deve estar em velocidade de cruzeiro.
Um euro à entrada No Wait não há consumo obrigatório, mas ao fim-de-semana os clientes terão de pagar um euro pela entrada. "É um valor simbólico. Dá jeito à facturação, e para o cliente não é desagradável", observa Rui Águedo.
Sonhos multimédia Um balcão em que feixes de luz ligam os vários copos que aí são pousados: esta era a ideia mais arrojada na área do multimédia que foi considerada para a decoração do espaço. O preço, estimado em 10.000 euros, adiou a aposta para mais tarde.
In Público
Para mais informções: http://www.myspace.com/waitmusiclub

2 comentários:

Lotus Azul disse...

Oh gaija! Porque é que ainda não me levaste lá? Pela descrição é tudo o que eu gosto! Próxima oportunidade lá estarei!!!! E adorei o pormenor de 1 euro à porta, assim não há compromisso! TOP!

Gata disse...

Temos que marcar uma ida lá...