Nem os dias longos me separam da tua imagem.
Abro-a no espelho de um céu monótono,
ou deixo que a tarde a prolongue no tédio dos horizontes.
O perfil cinzento da montanha,para norte, e a linha azul do mar, a sul,
dão-lhe a moldura cujo centro se esvazia quando,
ao dizer o teu nome, a realidade do som apaga a ilusão de um rosto.
Então, desejo o silêncio para que dele possas renascer,sombra, e
dessa presença possa abstrair a tua memória.
Nuno Júdice
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