20 de março de 2009

O verdadeiro valor da inteligência

Dei por mim a divagar no Mundo das frases feitas e chalaças a granel... naquele sítio recôndito onde os provérbios seculares e os pensamentos TVIanos se cruzam constantemente. Dei por mim a fazer concessões em situações onde nunca recuaria, a emitir juízos de valor retrógrados e a fazer do "apontar de dedo" um gesto quotidiano...

O atravessar do espelho deu-se no sábado em tarde de sol, ócio e conversa de pré-trintonas. O tema rondava o verdadeiro valor da inteligência (leia-se a inteligência das presentes na alegre tertúlia) no alcançar de objectivos traçados... É que por muito que as nossas opiniões sobre religião, política e amores difiram, a meta comum é sempre "ter dinheiro q.b."!!! Numa hora (ou mais...) de conversa, um coro de 5/6 vozes femininas regateou o preço do g de massa cinzenta vs o preço do g do "ouro fácil"! De que vale a nossa inteligência, esperteza, sagacidade, proactividade toda quando continuamos sem ser reconhecidas pelo nosso talento e/ou a trabalhar como umas mouras ou ainda a viver de uma eterna hipoteca??? A conversa enveredou então pelos inúmeros exemplos de MULHERES que vivem atracadas em relações acéfalas, sem verdadeiras amizades com vidas fúteis e desinteressantes MAS COM DINHEIRO para fazer "TUDO AQUILO"!!! Eu vi em quase todas (aquilo que eu já sentia) uma pontinha de inveja... QUE SENTIMENTO HORRÍVEL! Eu sei que foi falar por falar... e na realidade todas sabemos que somos umas priveligiadas mas por um segundo quis ser outra pessoa com outros valores... AARRGHHHH!

Deve ser fruto da minha mente demasiado desocupada mas acabo sempre afogada em moralidades quase imorais ou envolta em clichés de bairro. Sou uma mulher cujo g de inteligência vale o que vale... Em sensivelmente 921 725 213 segundos de vida, a minha cotação já flutuou mais que o preço do barril de crude e isso não faz de mim mais ou menos feliz!

(to be continued!)

4 comentários:

PaT disse...

Bem... Nessa altura aqui a anormal devia estar a trabalhar! Essa conversa deve ter sido exactamente depois de ter saído não?

Caty... Eu não sei que pense não sei que diga! No outro dia comentava que não me importva de ser dondoca só para variar um bocado! Também estou farta de ser profissional e de ser espectacular a trabalhar, e dar o litro! Farta mesmo!

Mas enfim... Mesmo farta continuo a achar que ser "dondoca" sabia bem durante um tempo... mas não para sempre. Possivelmente abria umaloja de roupa ou um spa, para não me contradizer na minha condição de "dondoca"!

Belo post!

(continue always)

Aanninha disse...

ainda ontem tive uma conversa do género com a família. Acho q o que queria mm era qd me apetecesse poder ter vida de dondoca.. Do género hj apatece-me dondocar.. e deixava a ana trabalhadora etc e tal em casa e ia dondocar sem peso na consciencia só pq depois o ordenado nao chega pra pagar as contas, beber uns copos com os amigos....

Anita de Tulp disse...

Eu aqui me confesso...que volta não volta também me apetecia mandar a mulher erudita, culta e trabalhadora dar a real da curva e virar amélia... passar o dia a planear copos ( contemporanea versão dos chá) com as amigas, ou a decidir oo que a empregada tem que fazer! Mas são vezes..e eu tenho orgulho no suor e no grama de encéfalo e mais ainda nas amizades e nos amores! Mas lá que são vezes são...bastava-me a opção, de como diz a''i a homónima...olha hj apetece dondocar..amanhã viro trabalhora emancipada...se apetecer!!!!
A é bela...mas ás vezes, e s;o äs vezes, cansa!
Belo post...espero a continuação.

Marta disse...

Sinto a falta das viagens, sem dúvida, de quando era estudante e de 3 em 3 meses saía deste cantinho à beira mar plantado. Tive a sorte de ter nascido com os pais que tenho. As viagens sempre estiveram presentes. E é a única coisa que me faz falta.
Não vou ao cabeleireiro por falta de tempo ou de dinheiro, mas por falta de paciência. Andei uns meses com pouco trabalho e nem por isso andava mais feliz. Tinha tempo para ser dondoca e não o fui. Sinto-me realizada no trabalho, sinto-me feliz pelas amizades, amor e famíla.. eu não nasci para ser dondoca. Nem às vezes me apetece.
Se gostava de ter mais férias e poder viajar mais? Sem dúvida, mas se me tiram a minha realização profissional, tiram-me muito.. e eu prefiro ter muito trabalho que andar a ter de inventar o que fazer.
Se às vezes preciso de dias para fazer tudo aquilo que não posso por estar ocupada, claro que sim, todas nós precisamos.
Preciso de dias para estar deitada ao sol e voltar à minha cor.. estou branca de trabalho. Mas chamo-lhe férias. E como tal têm de ser por poucos dias.. ou não seriam dias tão bons ou que soubessem tão bem :)
Acho que 1 mês de férias em 11 de trabalho sabe a pouco, preferia ter mais.. E acho que a vontade de ser dondoca aparece mais nos dias de tempo quente e sol a brilhar.. que com chuva.. ninguém quer ser dondoca...